terça-feira, 25 de junho de 2024

Perry Mason - Segunda Temporada

Perry Mason - Segunda Temporada
Eu gosto e desgosto dessa série em doses equivalentes. Aliás eu nem sei porque ainda fui ver a segunda temporada, já que fiquei com um pé atrás com a primeira, que não me agradou totalmente. O problema da série, ao meu ver, é de ritmo mesmo. Do ponto de vista técnico tudo parece muito bem realizado. O elenco é muito bom, a reconstituição de época é mais do que perfeita, tudo parece estar no lugar certo. 

O problema é de ritmo. Os episódios são longos e muitas vezes percebemos claramente que estão enchendo linguiça. Ou seja, esse material tem tudo do bom e do melhor para ser coisa de primeira linha, mas na hora de chutar para o gol e ser campeão eles levam horas e horas para fazer isso. 

Eu sou da opinião de que cada episódio deveria ter um caso com começo, meio e fim. No máximo, nos casos mais complexos, colocassem tudo em dois episódios, por exemplo. Agora, colocar um mesmo caso em seis ou oito longos episódios realmente torna tudo meio cansativo. E as coisas vão acontecendo de forma bem devagar, se arrastando... Assim não dá! 

Não tenho nada contra o fato do Perry Mason ser um personagem tão antigo. Quem me conhece sabe que gosto de cultura pop do passado, mas pelo amor de Deus, contem as histórias com mais agilidade, com mais eficiência. Não adianta enrolar ao máximo, torrando a paciência do espectador para isso. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 23 de junho de 2024

Corra que a Polícia vem Aí! 2 1/2

Título no Brasil: Corra que a Polícia vem Aí! 2 1/2
Título Original: The Naked Gun 2½ - The Smell of Fear
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: David Zucker
Roteiro: Jim Abrahams
Elenco: Leslie Nielsen, Priscilla Presley, George Kennedy, O.J. Simpson, Robert Goulet, Richard Griffiths

Sinopse:
O tenente Frank Drebin descobre que o novo namorado de sua ex-namorada está envolvido em uma trama para sequestrar um cientista que defende a energia solar. A confusão está armada! Salve-se quem puder! Continuação do filme " Corra que a Polícia vem Aí!".

Comentários:
O trio ZAZ (Jim Abrahams e os dois irmãos Zucker) estavam separados quando a Paramount Pictures ofereceu a eles uma bolada para um novo filme da franquia "The Naked Gun". É interessante porque a série de TV que deu origem a tudo não foi em frente, se tornando um fracasso. Já no cinema a coisa foi em frente, com filmes que colecionavam boas bilheterias. Esse segundo filme que recebeu a numeração de "dois e meio" por pura zoação, também não fez feio, rendendo quase 200 milhões de dólares em seu lançamento original (faça as devidas correções que você verá que essa comédia foi mesmo muito bem sucedida comercialmente). E como em time que está ganhando não se mexe, o trio ZAZ reuniu praticamente o mesmo elenco do filme original, conseguindo trazer de volta até mesmo a viúva de Elvis, que não estava muito a fim de fazer uma continuação.  Porém é inegável que todos os méritos pertenceram mesmo a Leslie Nielsen. Com seu impecável estilo de fazer comédia parecendo que estava em um filme sério, ele roubava mesmo todas as atenções. Falecido em 2010, Leslie Nielsen deixou saudades em quem gostava de dar boas risadas com suas comédias malucas.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de junho de 2024

Kepler-452b - Parte 1

 Cap. I - A Mensagem
Ao acessar aquele arquivo o astronauta teve acesso a um logo e confuso monólogo, de alguém que não mais respirava e existia. Era um registro até mesmo insano, onde as ideias iam atropelando os pensamentos. O áudio que seguia era também meio assustador. Nele se podia ouvir: "O meu nome é John. Nome comum, nada especial. Apenas um nome. Atualmente trabalho numa empresa de transportes inter espacial. Minha formação foi de engenharia mecânica, mas não encontrei emprego na minha especialização. O jeito então foi me virar. Acabei aceitando entrar na empresa que primeiro aceitou me ofereceu um serviço. Em 2873 ter um emprego é um verdadeiro milagre. O planeta Terra virou uma lata de lixo. Superpopulação e muitos problemas. Grande parte dos jovens se dedicam a atividades criminosas. Virou profissão. Os juízes são comprados e os governos socialistas que dominam o globo apenas criaram uma elite burocrática formada por propineiros e corruptos. Quem tem dinheiro domina esse pobre e infeliz planeta.

Já a elite financeira do capital parasitário foi embora, para as estrelas. Os avanços da ciência foram amplos, principalmente no século anterior. As enormes distâncias espaciais foram vencidas. Hoje em dia uma viagem rumo a um exoplaneta habitável é corriqueiro, habitual. Desde é claro que você tenha dinheiro suficiente para comprar uma passagem ou então ser uma mulher bonita. Mulheres bonitas ainda são valorizadas, principalmente se você vai embarcar numa viagem que dura dois anos terrestres. Claro, todas elas são submetidas a um regime servil, com base em prostituição. São garotas sexuais, nada mais. A maioria é bem simplória mesmo, burras. A educação virou item para apenas famílias milionárias. A única chance de uma garota pobre cair fora da Terra seria mesmo por sua beleza e ardor sexual, nada mais.

Kepler-452b é o destino final da minha viagem. Estou há onze meses no espaço. Viajo sozinho, levando equipamentos de manutenção para uma das bases coloniais no planeta. Esse foi um dos primeiros a serem descobertos pela ciência, lá pelo distante e primitivo século XXI. Hoje sabe-se que é um planeta rochoso, até adaptável para a vida do ser humano. A atmosfera é rala, mas renovável e o mundo tem uma primitiva vegetação, que garante um suporte de vida para seres inferiores. Não há vida inteligente, só os humanos, se bem que não diria bem que nossa espécie é o suprassumo de inteligência e coerência nesse vasto universo.

Pessoalmente nunca quis ir embora para Kepler. Não é o melhor dos mundos, é apenas um dos possíveis atualmente. Há muitas tempestades de areia e a radiação torna certas regiões inabitáveis... não é um resort de luxo. Talvez daqui mil anos se torne um lugar melhor, até que a raça humana jogue tudo no lixo novamente com guerras, ideologias de ódio e genocídios. Além disso o clima em Kepler é ruim, tem muitas variações de temperatura a cada dia. O sol de lá, chamado pelos cientistas de Kepler 452 (claro, seu idiota!) pode transformar os planaltos quentes como o inferno, mas tudo também pode mudar, gelando ao extremo polar em apenas algumas horas. Inferno, inverno, verão...Pensando bem, que lugarzinho miserável esse...

A vida é uma porcaria. Tenho consciência disso. Navegar pelo espaço sozinho, tendo apenas os corredores mal iluminados para compartilhar sua solidão, aumentam essa sensação. Muitas vezes você se pega pensando, pensando... fazendo um balanço nada louvável de suas conquistas e suas derrotas. Não é um exercício de prazer, muito pelo contrário. Quem suportaria? Para matar o tédio escrevo essas palavras ao vento...

A nave que estou não é grande coisa. Claro, é uma boa máquina espacial, robusta e forte, ideal para o trabalho pesado, mas fora isso nada demais. Eu tenho quatro ambientes para viver. A sala de controle, com uma mesa e uma pilha de maquinários para decifrar. Um pequeno quarto com cama que mais parece um submarino, uma nave auxiliar para situações de emergência, do tipo a nave vai explodir e você tem que ir embora para salvar sua vida e uma pequena “academia” para se exercitar. Ficar muitos meses no espaço, sem exercício físico, pode atrofiar seus músculos. Isso é muito ruim, pode ter certeza.

Na maior parte do tempo eu tenho que usar uma roupa especial para evitar que certos tipos de radiações que ultrapassam o titânio da nave me atinjam de alguma forma. Uma prevenção, só isso. É uma roupa que me aperta na virilha e me deixa desconfortável. Os testículos sofrem um bocado. Então eu vou checando os controles diariamente em rondas que são feitas de 3 em 3 horas. No resto do tempo eu leio, reflito sobre minha vida, espero o tempo passar. Vejo um pouco de internet e espero, espero, espero. No fundo ser um astronauta operário é um exercício de paciência, de esperar, esperar... e torcer para que nada dê errado. Por exemplo, um incêndio, por menor que fosse, me mataria em apenas poucas horas. Ele consumiria o oxigênio, me mataria sufocado. Uma morte terrível.

Mas, não vamos falar de morte. Isso é bem perigoso. Ultimamente eu tenho sentido um certo desconforto, um certo receio. É uma espécie de tontura leve que não vai embora. Se eu me levantar de uma cadeira com velocidade é bem capaz que eu perca meu equilíbrio. Talvez isso seja causado pela minha mania de coçar os ouvidos. Isso atinge o ouvido interno, levando a uma labirintite não diagnosticada. É uma sensação ruim. Certa vez quase caio e tive que ficar sentado, pensando em outra coisa para não me prejudicar. A mente é poderosa. Se você pensar em algo ruim é bem provável que isso aconteça mesmo. Penso que a mente tem poder de criar bem ou mal estar. Pensou, sentiu... Filosofia barata...

A solidão é boa algumas vezes. Não subestime o poder do silêncio. Eu tive um pai que havia sido criado por um homem obviamente limítrofe. Ele colocava todos os filhos em estado de alta tensão. Isso criou uma ansiedade que aniquilou essas pessoas na vida adulta. Ficaram todos ansiosos e neuróticos. Não conseguiam viver em silencio e nem conseguiam dormir bem à noite. Uma vida infernal. E eles criaram uma imagem altamente positiva do maldito que os criou. Deve ter sido algum tipo de proteção psicológica. É um tipo de auto elogio. Eu elogio meu pai, mesmo que ele fosse um desgraçado, só para indiretamente me auto elogiar. Olha como sou de uma família nobre, digna! Bobagem, você é só mais um nesse vasto, vazio e frio universo.

Olhando pela janela da nave aliás faço também esse exercício do divino. Se Deus existe porque ele fez um universo tão amplo, tão vazio e tão hostil? Milênios depois que a humanidade tomou consciência de sua própria existência miserável, ainda nos perguntamos porque somos os únicos seres inteligentes do cosmos! Por que Deus desperdiçou tantos planetas, tantas estrelas, em vão. Qual é a finalidade de uma estrela como VY Cma, se ela no fundo não serve para nada? É um mega-astro que não tem vida por perto, não gera calor e nem energia para nenhum ser vivo. Existe por existir! Pensando-se na mente de Deus fico mesmo na dúvida – por que Deus teria feito um colosso como aquele para absolutamente nada! Seria um exercício de egocentrismo em nível cósmico? Não sei, não sei, sou apenas uma poeira nesse vasto vazio. Nem sei porque existo, qual é a minha finalidade nesse meio. Minha nave seria engolida facilmente por esse monstro. Tudo iria virar átomo em segundos. Eu não sou nada diante daquilo. Pelo menos tenho a capacidade de pensar sobre isso.

Hoje até estou bem inspirado para divagações. Mas voltemos para minha viagem. Cá estou eu, no meio de um monte de equipamentos. Na colônia eles vão servir para tornar a vida por lá mais suportável. Não que seja uma colônia de férias. Kepler 452-b tem um cheiro de ovo podre. Pelo menos foi o que me disse a Silvia. Bela fêmea. Como solteirão não penso em me casar. Não quero, como dizia Machado de Assis, deixar para meus filhos a herança da miserável vida do ser, mas com uma loirinha como aquela, olha, colocaria toda a filosofia de bolso... no meu bolso. Gatinha suprema, olhos azuis, magrinha, rostinho de anjo. Pena que também nasceu com dedo podre para parceiros. Namorou e casou com um sujeito sem futuro, um matuto de interior. Vai passar o resto da vida trabalhando para sustentar os filhos e a ele próprio, claro. Alguns homens são perdedores por natureza, embora consigam casar com mulheres interessantes, não me perguntem como!

A Silvia ficou para trás. Ficou na Terra. Ainda penso nela muito de vez em quando. Não fui apaixonado, apenas tinha uma certa atração sexual por ela. Queria levar para a cama. Como era uma mulher com temperamento muito forte penso que um relacionamento a longo prazo teria sido cansativo. Além disso ela tinha uma certa pose de superioridade sobre mim, simplesmente por ser mais rica. Era filha de médica numa vila interiorana. Nesses lugares esse tipo de gente é idolatrada pelo povo. No meio de uma caldeira de fogo – como era essa cidade – ser um médico era quase como ser um Deus.

A Silvia tinha dedos alongados. Adoro dedos alongados. Traz para as mulheres uma certa personalidade. Mulheres fortes. Seu único defeito físico eram as pernas, que nos chamados tornozelos eram largos demais. Dedos alongados conseguiriam sobrepujar tornozelos de elefante? Daí uma boa discussão filosófica-existencial-sexual-petulante! Valha-me Deus, estou delirando nesse tédio do espaço. Ok, é uma forma de passar o tempo. Nossa mente pensa em coisas importantes, mas apenas um por cento do tempo. Nos outros 99 por cento é bobagem. Por isso a humanidade é uma trajetória de atos absurdos, decisões estúpidas e... tenho que parar meus pensamentos. Estou recebendo uma nova mensagem no computador da nave... O que seria?

Foi então que eu percebi que eu não conseguia pegar o equipamento. Minha mão ultrapassava a matéria! Meu Deus... o que aconteceu? Desesperado pulei da cadeira, mas essa não se mexeu! Nada parecia lógico. Nada fazia muito sentido, eu não conseguia sentir meu corpo... minhas mãos, nada! Apenas tinha a consciência de mim mesmo. Foi quando então olhei para trás e vi... era o meu corpo deitado na câmara de pressão. Foi então que entendi. Não era apenas uma experiência fora do corpo. Era algo mais. Eu não fazia mais parte desse mundo material, eu não estava no lugar certo... eu estava... morto!"

Pablo Aluísio. 

domingo, 16 de junho de 2024

Kevin Spacey em House of Cards

Kevin Spacey em House of Cards
Com muito atraso comecei a assistir essa série "House of Cards". Não sei porque não comecei a ver muitos anos atrás. A questão é que sempre escapa algo importante pra ver, ainda mais em tempos de streaming insano. São tantos os lançamentos para ver em filmes e séries que não tem jeito, muita coisa vai mesmo escapar do seu radar. 

E House of Cards era uma grandes lacunas da minha agenda de séries. E o mais interessante de tudo é que estou vendo pela primeira vez os episódios da primeira temporada, logo agora, depois que o Kevin Spacey foi cancelado, acusado de uma série de assédios sexuais envolvendo jovens atores, inclusive dessa própria série. Ele tinha uns descontroles, partia para cima dos caras, tentando pegar em suas partes íntimas, um vexame! 

Por falar em vexame a vida do Spacey virou uma grande baixaria! O irmão mais velho dele contou que o pai abusava dele quando criança. Provavelmente o Spacey também foi abusado e isso marcou sua vida para sempre. Pessoas abusadas acabam se tornando abusadores de alguma forma, ainda mais quando se encontram em posição de poder que era justamente o caso do Kevin Spacey. 

Dito isso, sabendo de toda a sujeira, não tenho como não elogiar o trabalho do Kevin Spacey nessa série. Sim, o cara na vida pessoal é complicado, meio insano, provavelmente um apalpador de órgãos masculinos alheios, tudo isso provavelmente é verdade. Entretanto não há como dizer que ele não é um bom ator! Pelo contrário, sempre foi um dos melhores de sua geração. E essa série comprova tudo isso. Ele é gênio na arte de atuar. No final de tudo, eu como cinéfilo, devo colocar isso em primeiro plano. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 8 de junho de 2024

Os Caça-Fantasmas 2

Não sei bem a razão mas algumas vezes nos deparamos com seqüências de filmes de que gostamos que simplesmente não dão certo. Todos os elementos estão lá, geralmente a mesma equipe técnica, elenco, direção mas a coisa simplesmente não funciona. Eu acompanho cinema há muitos anos e uma das maiores decepções que tive foi justamente com esse “Os Caça-Fantasmas 2”. Havia uma grande expectativa porque o primeiro filme tinha sido tão divertido e legal. As negociações para a realização do filme foram complicadas porque o ator Bill Murray pediu uma verdadeira fortuna para repetir seu personagem mas quando ele finalmente acertou seu cachê com o estúdio as expectativas foram às alturas. Ele inclusive declarou que o filme teria um dos melhores roteiros da história e que as gargalhadas seriam histéricas nas exibições do filme. Será que ele estava curtindo com a nossa cara? Tudo leva a crer que sim.

Não tem j, eito, o filme é bem decepcionante. Eu me recordo que já na época não tinha gostado mas recentemente revi por acaso em um canal a cabo. Alguns filmes melhoram com o tempo, isso acontece muitas vezes, geralmente a pessoa está em um dia ruim e acaba não gostando muito do filme mas depois em uma revisão muda de idéia. Infelizmente não é o caso aqui. Todos os elementos parecem presentes, os atores, a direção, os efeitos especiais, tudo mas... o filme não funciona! O roteiro não é bom, essa é a verdade, e a despeito de toda a competência técnica nada de muito engraçado ou memorável acontece. No fundo tudo se torna muito mais infanto-juvenil do que no primeiro filme (reflexos do desenho animado?) e o gostinho de decepção se torna inevitável. Como conseqüência o filme não foi bem nas bilheterias o que pareceu encerrar a franquia nos cinemas. Agora teremos um remake ou uma continuação tardia (não se sabe ainda ao certo) e sinceramente temo pelo pior. Talvez esse seja um daqueles casos em que um filme legal só funcione em determinada época e por uma única vez. Pensando bem era melhor ter parado no primeiro filme mesmo.

Os Caça-Fantasmas 2 (Ghostbusters II, Estados Unidos, 1989) Direção: Ivan Reitman / Roteiro: Dan Aykroyd, Harold Ramis / Elenco: Bill Murray, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver, Harold Ramis, Rick Moranis, Ernie Hudson / Sinopse: Os Caça-Fantasmas voltam para novas aventuras em Nova Iorque. Agora terão que enfrentar um novo e perigoso desafio.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de junho de 2024

Pecados de Guerra

Fracasso de público e crítica em seu lançamento esse Pecados de Guerra merece passar por uma revisão. Lançado no auge da exploração do cinema sobre a Guerra do Vitetnã o filme teve a coragem de mostrar uma história baseada em fatos reais que incomodou e muito a sociedade americana na época. Sempre vistos como heróis os militares americanos no exterior aqui são retratados como criminosos, estupradores e insanos em um conflito sem o menor sentido. Sean Penn faz o Sargento Tony Meserve, um sujeito com ares de psicopata que comete um estupro durante a campanha americana no Vietnã. Já Michael J. Fox interpreta o soldado Eriksson que numa crise de consciência resolve contar tudo o que aconteceu. Obviamente que agindo assim ele ganha a hostilidade imediata de Meserve que o intimida e o ameaça, mostrando que nem as fileiras do maior exército do mundo estão a salvo de psicopatas e criminosos. Sean Penn na época vivia  sua pior fase pessoal. Casado com Madonna ele estava sempre entrando em brigas com Paparazzis que insistiam em tirar fotos de sua esposa nos momentos mais inconvenientes. A verdade pura e simples é que Penn era muito jovem e muito esquentado, sempre se envolvendo em confusões que o levaram inclusive para a cadeia por agressão e desordem.

Seu relacionamento durante as filmagens não melhorou em nada. Confundindo personagem com vida real ele misturou ficção com realidade e partiu para o confronto com o pacato Michael J. Fox fora das telas. Ambos viviam em tensão constante e Fox evitava até mesmo sentar perto de Penn durante as refeições no set. Segundo foi noticiado depois por alguns membros da equipe Penn inclusive chamou Fox para a briga após uma cena particularmente intensa. Tanta dedicação e entrega ao seu personagem porém não adiantaram muito. O público parecia cansado de filmes realistas sobre o Vietnã e o tema envolvendo estupro pareceu pesado demais para a platéia que abandonou os cinemas vazios. Pior para Brian De Palma que começou aí um inferno astral em sua carreira, com sucessivos fracassos que acabaram enterrando sua até então bem sucedida filmografia. De qualquer modo, pelo tema instigante e polêmico o filme merece passar por uma revisão - caso não tenha assistido ainda procure conhecer Pecados de Guerra, um filme forte demais para a década de 80.

Pecados de Guerra (Casualties of War, Estados Unidos, 1989) Direção: Brian De Palma / Roteiro: David Rabe baseado no livro de Daniel Lang / Elenco: Michael J. Fox, Sean Penn, Don Harvey,  John C. Reilly,  John Leguizamo / Sinopse: Durante a guerra do Vietnã um soldado testemunha um estupro promovido por um insano sargento americano. Disposto a falar ele enfrentará todo tipo de pressão e hostilidade para ficar de boca fechada. Baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de junho de 2024

Infinity - Um Amor Sem Limites

Infinity - Um Amor Sem Limites
Filme muito bom que assisti na década de 1990 e adorei, dando nota máxima. Conta a história do cientista e físico Richard Feynman. Em sua época ele foi considerado um gênio da ciência, sendo agraciado com o Prêmio Nobel de Física por suas descobertas nesse campo do saber humano. Também foi reconhecido por ter participado do projeto Manhattan que acabou dando origem ao programa nuclear dos Estados Unidos e a fabricação da primeira bomba atômica. Todos esses aspectos são relevantes na história desse cientista, mas o filme em si, embora não coloque esses dados importantes de sua biografia inteiramente de lado, investe muito mais em sua história pessoal, em seu lado humano. 

Assim o roteiro conta sua história desde a infância, quando motivado pelo pai, ele se apaixonou pelos estudos da ciência. Acabou se formando com distinção na área e decidiu se casar com o amor de sua infância. Tudo ia muito bem no script de um projeto pessoal de vitória tanto no aspecto profissional, como também pessoal e emocional. Só que o destino também traz surpresas desagradáveis. A sua amada esposa foi diagnosticada com uma doença grave, o que fez Richard Feynman lutar bravamente para salvar sua vida. Diz a famosa frase de Einstein que Deus não joga dados com o Universo. Bem, em algumas histórias chego a pensar que isso não é inteiramente verdade. 

Infinity - Um Amor Sem Limites (Infinity, Estados Unidos, 1996) Direção: Matthew Broderick / Roteiro: Ralph Leighton, Patricia Broderick / Elenco: Matthew Broderick, Patricia Arquette, Jeffrey Force / Sinopse: O filme conta a história de Richard Feynman, cientista e físico norte-americano que lutou pela vida de sua esposa após ela ser diagnosticada com uma doença grave e sem cura. 

Pablo Aluísio.